Em Reprodução
Feira de Santana – Bahia
Vista panorâmica da cidade de Feira de Santana, a segunda maior cidade do território baiano. Trata-se de um importante pólo regional e de um estratégico entroncamento rodoviário que encabeça uma região metropolitana criada recentemente. O sítio urbano está assentado em uma área predominantemente plana e o um município está situado em uma área de interface fitogeogeográfica, daí a expressão portal do Sertão, que é recorrentemente veiculada na mídia. Feira, expressão usada de forma resumida pelos seus moradores e visitantes mais frequentes, também é chamada de “princesa do Sertão” (a rainha seria Salvador, a capital). A rodovia duplicada que aparece adentrando a área urbana é a BR 324, que liga Salvador a Feira de Santana e, na área urbana, conecta-se com sobreposição rodoviária a Avenida Presidente Dutra que é uma importante via estruturante de fluxo que cruza perpendicularmente duas outras vias estruturantes expressivas: a Avenida João Durval Carneiro e Avenida Maria Quitéria; ambas interseccionam um anel viário parcialmente duplicado que foi construído para evitar a circulação de veículos pesados pela área intra-urbana. Nota-se claramente o franco processo de verticalização da área urbana, que se intensificou notadamente nos dois últimos decênios com valorização expressiva do solo urbano, determinada pela especulação imobiliária e pela lógica de reprodução do capital em uma cidade que concentra uma expressiva diversidade de serviços e de oferta de bens, além de se constituir em um pólo industrial. As alças do viaduto, vistas nessa foto, ligam a BR 324 ao anel viário que, até meados da década de 1980, bordejava a área urbana, todavia, a dinâmica socioeconômica estimulou o crescimento horizontal e esse anel viário passou, em muitos trechos, a ser entornado por pelo conjunto edificado da cidade. Quando adentra-se a cidade pela nova entrada, a Avenida Noide Cerqueira, pode-se avistar claramente algumas formações lacustres entornadas por uma vegetação típica de lagoas, bordejando a área urbana. Espero que a população, as Universidades, as associações e os diferentes segmentos ativistas da sociedade estejam atentos para que essas lagoas não sejam drenadas para construção de condomínios fechados e prédios; pois trata-se de uma área de expressiva valorização imobiliária. Caso isso acontecesse, seria uma agressão a um dos elementos mais importantes do patrimônio ambiental do município. Como a foto revela, a questão ambiental deveria ser mais valorizada; a arborização da cidade é irregular. Essa é Feira de Santana, a “princesinha do Sertão”, uma importante cidade da região Nordeste do Brasil.
Janio Roque de Castro
Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Membro da Rede de Pesquisadores de Cidades Médias e Pequenas Cidades da Bahia




2 Comentários
Ótimo texto é sempre bom conhecer mais sobre a nossa Princesa do Sertão.
ResponderExcluirContato do grupo de pesquisa,teria?
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