Na manhã desta quarta-feira (07), ocorreu a coletiva de imprensa com o novo reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O Prof. Dr. Fábio Josué Souza dos Santos foi escolhido pelo presidente Jair Messias Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, para conduzir a Universidade neste próximo quadriênio 2019-2023.
Fábio Josué compunha a lista tríplice enviada pelo Conselho Universitário (CONSUNI), ao Ministério da Educação (MEC). A portaria de nomeação de foi publicada no dia 1° de Agosto, em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU). A posse ocorreu na última segunda-feira (05) pela manhã, em Brasília (DF).
Fábio Josué substitui o reitor Silvio Soglia, que comandou a instituição no quadriênio 2015-2019, é graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Mestre e doutor em Educação e Contemporaneidade pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da instituição. Até assumir a reitoria, atuava como professor adjunto da UFRB. Estava lotado no Centro de Formação de Professores (CFP), em Amargosa, no cargo de Diretor.
Na coletiva de impressa, Fábio Josué afirmou que mesmo com o desejo de que a primeira colocada da lista fosse nomeada, está preparado para assumir o desafio. Frisa que o processo da composição da lista teve legalidade referendada em várias instâncias, inclusive na própria consultoria jurídica do MEC. Manifestou sua gratidão por receber o apoio de ambos setores da comunidade acadêmica da UFRB, internamente e externamente, inclusive da professora Gina, a qual manifestou o seu apoio publicamente.
Para Fábio, o maior desafio é o orçamento. "A questão do orçamento não é específico da UFRB, ela faz parte do quadro das universidades federais que têm presenciado os contingenciamento, os cortes ao longo desse processo. No caso específico da UFRB, se tratando de uma universidade nova, ainda em processo de consolidação, nós temos este desafio grande, de modo que na conjuntura o desbloqueio dos recursos é fundamental para caminhar", afirma. Segundo o Reitor, o ministro da Educação, no momento da posse, anunciou que estará fazendo um descontingenciamento de alguns recursos para todas as universidades federais, mas não possui um dado preciso. Possui a esperança da efetivação do desbloqueio.
Fábio é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Afirma a surpresa pela nomeação e garantiu está assumindo a responsabilidade de liderar a gestão da UFRB respeitando a instituição, promovendo diálogo com a diversidade dos saberes, de culturas e posicionamentos políticos diferentes, dando ênfase e dignidade ao nome da universidade. A ideia central é abrir o diálogo de forma intensa com a comunidade, no primeiro momento com a própria equipe que assumiu a gestão anteriormente para compreender a conjuntura presente, e logo em seguida dialogar com os servidores, estudantes, comunidade acadêmica em geral e as gestões dos centros.
Após os diálogos pretende buscar alternativas para superar as dificuldades orçamentárias, dialogar com a sociedade, com os prefeitos dos territórios do Recôncavo, do Portal do Sertão e do Vale do Jiquiriçá. Reforçar também o diálogo com os deputados das diferentes correntes políticas que que possuem bases eleitorais dentro do território, com o objetivo de captar recursos para amenizar a situação da universidade, visto que o orçamento afeta todas as políticas de graduação e pós-graduação, aquisição de equipamentos, manutenção e capacitação dos servidores.
O vice-reitor, Prof. Dr. José Mascarenhas, graduado em Administração, Dr. em Desenvolvimento Regional, também participou da coletiva de imprensa.
Na oportunidade, informou que a universidade aprovou no final do ano passado o desenvolvimento institucional para 12 anos, e este plano de desenvolvimento institucional norteia toda a estrutura das etapas seguintes do planejamento da universidade.
O PDI abarcará 4 planos de gestão de reitorado, e depois se desdobram para os planos de gestão dos centros das pró-reitorias e superintendência.
Mascarenhas comentou sobre a questão das comunidades quilombolas. Especificou os processos adiantados das Comunidades Baixa da Linha e Vila Guaxinim, que já são certificadas e desmembradas através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, o qual identifica as famílias quilombolas e descendentes quilombolas residentes nesses espaços. Afirma que possui um mapeamento de outros espaços do campus de Cruz das Almas, os quais demandará ações no sentido de promover diálogos constantes com as pessoas que ali residem, juntamente com o Ministério Público e a Secretaria de Patrimônio da União com a finalidade de regularizar a situação fundiária no presente Campus.
Sobre a questão orçamentária, José Mascarenhas afirmou que existem espaços do orçamento que a Reitoria não tem gerência, a exemplo da folha de pagamento que é informado pela Reitoria, mas é processado pelo Governo Federal. Explicou que o espaço discricionário do orçamento é dividido em orçamento de investimento e orçamento para custeio. "A situação que se coloca hoje é o seguinte: nós temos 30% do orçamento bloqueado, 70% se apresenta no sistema. Dessa porcentagem em torno de 55 a 56% foi liberado, o resto está no sistema, mas nós não temos autorização para gastos", declara. A expectativa é que se não haver o desbloqueio dos 30%, a reitoria só poderá efetivamente honrar contrato até o mês de outubro com o esforço interno no sentido deste enfrentamento para superar esse obstáculo.
Mascarenhas afirma que o diálogo é fundamental, que a Associação que congrega todas as universidades tem feito um diálogo intensivo, inclusive com o Congresso para a realização do desbloqueio, pois é uma preocupação para o programa de assistência estudantil, visto que os recursos dá conta de pagar residência estudantil, auxílios, RU e garantem a permanência dos estudantes.
Por Thuane Maria
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